A revisão da artroplastia do quadril é uma cirurgia, na maioria das vezes, complexa. Sua dificuldade ocorre devido à:

  1. Necessidade de retirada da prótese prévia.
  2. Possibilidade da presença de infecção.
  3. Extensão da reconstrução óssea.

Quando a prótese anterior está frouxa, sua remoção pode ser mais fácil. Ainda assim, nas próteses cimentadas, a necessidade de retirar todo o cimento pode requisitar diversas técnicas, inclusive osteotomias (cortes ósseos). Quando a prótese está bem aderida, cimentada ou não, a sua retirada deve ser muito delicada, preservando o osso para a colocação da nova prótese. Nessa situação, a dificuldade da cirurgia é bem maior.

O grau de migração dos componentes da prótese que serão removidos também é um dificultador. Muitas vezes os implantes se deslocam ficando próximas de vasos ou nervos, exigindo muita atenção na sua retirada.

Angiotomografia 3D mostrando a proximidade do parafuso acetabular e os vasos pélvicos.

Outros materiais implantados em cirurgia prévia (placa, parafusos, fios metálicos, âncoras) também podem dificultar a colocação da nova prótese.

Uma preocupação constante é com a infecção. Dois aspectos são importantes. O implante prévio pode estar colonizado por microrganismos (infecção prévia) ou o tempo cirúrgico maior, para retirada dos implantes, ser um fator para aumentar a chance de infecção.

O terceiro ponto importante é a reconstrução óssea, muitas vezes utilizando grande quantidade de enxerto ósseo para repor a perda. Quanto mais extensa a osteólise (perda óssea), maior a reconstrução, o tempo cirúrgico e a complexidade da cirurgia.

Sabendo de todas essas dificuldades, é fundamental o planejamento cirúrgico com diversos planos de ação (A, B, C…), a experiência na execução deles e a versatilidade na alteração do plano mesmo durante a cirurgia (necessário algumas vezes).